EntreAções: diálogos em extensão

Expediente

Hemerson Soares da Silva — 2024-09-09

Expediente

Extensão universitária

Victória Lopes Felix — 2024-09-13

A revista EntreAções: diálogos em extensão publica seu primeiro número, do ano de 2024, com a temática “Extensão universitária: aproximação e transformações sociais”, composto por um conjunto de manuscritos dispostos entre relatos de extensão e artigos. Com vistas a dialogar e identificar ações que atuaram em escolas e demais comunidades, apresentamos realidades vivenciadas e impactos sociais ocorridos. Destacando a quinta diretriz da Extensão Universitária “Impacto e Transformação Social” trazemos um pouco da contribuição da extensão para a (re)construção da sociedade com o acesso à informação e a busca de uma transformação social.

Despertando o Cosmos no Cariri Cearense

Tharcísyo Sá e Sousa Duarte — 2024-09-13

Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto das ações do Planetarium Kariri, um projeto de extensão de professores do Instituto de Formação de Educadores da Universidade Federal do Cariri (IFE/UFCA), em parceria com o CNPq, no primeiro semestre de 2024. Utilizando um planetário móvel com tecnologia "Fulldome", o projeto ofereceu experiências imersivas e interativas sobre astronomia em escolas públicas do Cariri cearense, promovendo divulgação científica e educação não formal. A análise, baseada em uma metodologia quantitativa-qualitativa, incluiu dados sobre o alcance geográfico, número de participantes e percepções sobre as atividades. Resultados preliminares mostraram um alcance significativo, com mais de 2.000 km percorridos e mais de 3.500 estudantes diretamente impactados. As sessões, que abordaram temas como o Sistema Solar e a origem do universo, foram bem avaliadas, evidenciando um aumento no interesse pela ciência e pela astronomia na região. As parcerias com escolas e programas como a UFCA Itinerante foram cruciais para ampliar o impacto do projeto. A análise preliminar dos dados coletados, incluindo questionários e entrevistas, revelou que o Planetarium Kariri ajudou a desenvolver habilidades como curiosidade, pensamento crítico e trabalho em equipe junto aos planetaristas, além de promover a formação de cidadãos mais conscientes e engajados com questões científicas e sociais. Assim, o projeto se mostrou uma ferramenta eficaz na popularização da ciência e no fortalecimento da educação nas comunidades atendidas, demonstrando estar no caminho certo para atingir seus objetivos e contribuir para uma sociedade mais justa e equitativa.

O ensino da álgebra nos anos iniciais do ensino fundamental para o pensamento algébrico

Giovana Pereira Sander — 2024-09-13

Este relato apresenta um trabalho desenvolvido no âmbito da extensão que teve por objetivo promover ações de estudo coletivo, planejamento e avaliação de atividades que visam ao desenvolvimento do pensamento algébrico em alunos do Ensino Fundamental, anos iniciais. A ação, em forma de curso, foi realizada em parceria com a Superintendência Regional de Ensino de Passos (SER/Passos). Participaram do curso nove professoras do Ensino Fundamental, anos iniciais, da rede estadual de Minas Gerais e três servidores da SER/Passos. O curso aconteceu na modalidade presencial, com encontros formativos semanais de duas horas, totalizando 20 horas. A formação foi ministrada por uma docente do curso de Pedagogia com a colaboração de dois estudantes, uma do curso de Licenciatura em Matemática e um de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), unidade de Passos. O curso deu ênfase em estudos de orientação teórica acerca da Álgebra e do pensamento algébrico nos anos iniciais do Ensino Fundamental bem como em planejamento de tarefas algébricas. Por fim, houve a construção de uma balança de braços, como produto do projeto de extensão, que se constituiu como um recurso didático para o trabalho com o significado do sinal de igual, tendo como fundamento o pensamento algébrico.

Recreando a Cidadania

Júlia Aparecida de Oliveira Campos — 2024-09-13

O projeto "Direito, Cinema e Cidadania nas Escolas" adota uma abordagem lúdica para estimular reflexões éticas e jurídicas entre estudantes de direito, professores e alunos do ensino médio. Através da fusão entre cinema, debates e mesas redondas, o projeto tem como intuito promover o pensamento crítico, empatia e compreensão social. Utilizando etapas planejadas, exibições de filmes e interações com professores, o projeto envolve escolas de ensino médio em debates sobre temáticas contemporâneas, como ética, justiça e igualdade. Isso permite explorar de maneira única esses temas, enriquecendo a experiência educacional. Os impactos da ação se refletem na formação de cidadãos conscientes e engajados, com reflexões críticas sobre diversidade, gênero e relações étnico-raciais. Os professores aprimoram suas abordagens pedagógicas, beneficiando o ambiente educacional com mais reflexão e inclusão. Além disso, o projeto fortalece a formação dos estudantes de direito ao aplicar teoria em situações reais, realçando a importância da abordagem crítica e socialmente responsável. Isso os prepara para atuações mais conscientes e inclusivas. Em suma, o projeto reforça a importância da educação reflexiva e engajada, alinhada com objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, promovendo conscientização e mudança positiva. A interseção entre arte, educação e direito demonstra um potencial educativo significativo, enriquecendo tanto os estudantes quanto a comunidade beneficiada.

Maria da Penha nas Escolas

Fernanda Andrade Almeida — 2024-09-13

O Maria da Penha nas Escolas desenvolve-se como um projeto de Educação Jurídica Popular voltado para estudantes do 8º e do 9º ano do Ensino Fundamental de escolas municipais da cidade de Macaé, Rio de Janeiro. A ação extensionista tem como objetivo desenvolver atividades que abordem a temática da violência doméstica e a Lei Maria da Penha nas escolas municipais macaenses. Parte-se aqui da ideia da informação como uma ferramenta importante para o acesso à justiça e para a garantia de direitos. No caso específico de questões de gênero, compreende-se que a disseminação desses saberes é fundamental para o avanço na luta por igualdade de direitos bem como para a redução da violência doméstica e para a ampliação da presença de mulheres nos espaços de poder e de decisão. O projeto conta com a parceria da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de Macaé, por meio do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Pérola Bichara Benjamim (CEAM) de Macaé, e da Secretaria Municipal de Educação de Macaé (SEMED). O projeto está vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direito das Mulheres (NUPEDIM) da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Fermentando a inclusão

Nathalia Cristina Barbosa Nogueira — 2024-09-13

Vozes femininas, confinadas ao recesso doméstico foram vitimadas e silenciadas, com sonhos e perspectivas muitas vezes cerceados. Para subverter essa lógica, FermentAção quis ouvir, instrumentalizar e produzir consciência, poder e autonomia a partir dos próprios espaços vividos como limitadores. A proposta, construída com a comunidade da Ocupação Vitória, Diamantina-MG, congregou mulheres para refletir, elaborar a diretriz motivadora e definir quais aprendizados e práticas seriam incorporados. A ação foi desenvolvida na cozinha comunitária, espaço de resistência que serve refeições gratuitas a partir de doações. Ao longo do projeto, mulheres transitaram pelos momentos de reflexão sobre o ser mulher, para, de forma livre, falar sobre suas experiências de vida e sonhos. Algumas definiram o que queriam aprender e comercializar. Após oficinas sobre iogurte, geleias e higienização - criaram a FermentAção Vitória como espaço de produção de pizzas artesanais, a fim de gerar renda e aumentar o acesso familiar aos produtos. Pizzas foram produzidas e experimentadas pela comunidade local. Foi construído o cardápio com sabores definidos pelo grupo e sua logomarca. Universitárias atuaram com reflexões conscientizadoras sobre ser mulher, fazer biotecnologia como saber milenar humano e uniram academia com cozinha tradicional, produzindo saúde social e pessoal, numa formação pautada na realidade. A liderança planeja festa com espaço para barraca da pizza, como meio de divulgar ações da comunidade, captar renda e melhorar sua aceitação. Diante de tantos processos de exclusão, o grupo enfrenta necessidade de aceitação consistente para conseguir comercializar seu produto.

Maio Amarelo

Nami Ikehara Dezotti — 2024-09-13

Os acidentes de trânsito são considerados um problema de saúde pública. No Brasil, são registradas cerca de 45 mil vítimas fatais por ano. Estudos mostram que a conduta humana inadequada, como excesso de velocidade, é a principal responsável pela maioria dos traumas que, sob essa perspectiva, podem ser vistos como evitáveis. Em 2014, foi instituído o Maio Amarelo, movimento que propõe ações educativas para a segurança viária. Assim, o projeto de extensão "Prevenção ao Trauma”, formado por docente e alunos da Medicina e Enfermagem, aliou-se à EMDEC - Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, para a promoção do Maio Amarelo em Campinas.

Unidos pelas águas

Vanessa Souto Paulo — 2024-09-13

O Gogó da Ema é um bairro do município de Itabuna localizado em uma área de alto risco de inundações devido às enchentes do Rio Cachoeira. Em 2021, com as fortes chuvas de verão, dezenas de famílias ficaram desabrigadas com o aumento do nível das águas do rio. A infraestrutura precária e a emissão direta de esgoto no rio Icó, corroboram para a ocorrência de problemas nos âmbitos sanitário, ambiental e de saúde, confirmando as altas taxas de internações e de mortalidade infantil por patologias relacionadas ao saneamento inadequado em Itabuna. O projeto surge com uma proposta moderna e arrojada através do conceito One Health, baseado nas complexas interações entre homem, animal e ambiente, considerando que desastres ambientais, como inundações, causam impactos importantes na saúde humana e animal, elevando a incidência de doenças infectocontagiosas e parasitárias, bem como desequilíbrios de ordem psicossocial. O projeto iniciou com a realização de um curso multidisciplinar de extensão em ATHIS e Direito à Cidade, no qual participaram profissionais como arquitetos, engenheiros, assistentes sociais, professores e estudantes de graduação capacitados para realizar levantamentos e diagnósticos dos efeitos das inundações, preparando a população para futuros eventos. Foram formadas equipes por eixos temáticos, dando início a fase de pesquisa e implementações de ações, que serão acompanhadas em reuniões mensais e visitas periódicas.