Estimativa da erosividade das chuvas na zona rural do município de Rurópolis, Pará

  • Samária Letícia Carvalho Silva Rocha UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
  • Lucieta Guerreiro Martorano Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
  • Leônidas Luiz Volcato Descovi Filho Descovi Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
  • François Laurent Le Mans Université, França
  • Irene Cibelle Gonçalves Sampaio Instituto Federal do Pará

Resumo

Na Amazônia, a deterioração do solo causada pelo processo erosivo, torna vulneráveis as áreas cobertas por pastagem. O objetivo neste trabalho foi estimar a erosividade das chuvas no município de Rurópolis, Pará. A partir da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, foram obtidos os dados pluviais da área de estudo. Para estimar a erosividade foi analisado o fator R da Equação Universal de Perdas de Solo e efetuados cálculos da erosividade anual e mensal, referente ao período de 1983 a 2021, totalizando 39 anos. Os resultados evidenciaram que a erosividade anual e mensal está classificada com alta e muito alta, evidenciando o período chuvoso como a época mais crítica. O ano mais pluvioso da série histórica foi 2021, com total anual de 3.580 milímetros (mm). Em seguida, 1985 e 2008 também apresentaram alto volume de chuva com valores de 3.333 e 3.081 mm, respectivamente. Por outro lado, o ano de 2015 foi o menos chuvoso e apresentou o total de 1.128 mm de chuva. Os anos com maiores valores de erosividade foram 1985 e 2021 (19.781,8 e 18.540,1 MJ mm ha-1 h-1 ano-1, respectivamente). Em relação à erosividade mensal, constatou-se que março foi o mês com maior média (2.668,3 MJ mm ha-1 h-1), enquanto agosto, apresentou o menor potencial erosivo (414,8 MJ mm ha-1 h-1). Dessa forma, estudos sobre os riscos de perda de solo pela erosão e consequentemente, as perdas financeiras no setor produtivo, quando não se adota práticas de conservação do solo e da água, servem para orientar as políticas públicas com foco para a agropecuária, sensibilizando atores sociais sobre a necessidade de melhor planejamento do uso do solo. 

Biografia do Autor

Samária Letícia Carvalho Silva Rocha, UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

Bacharela em Engenharia Sanitária e Ambiental e em Ciências e Tecnologia das Águas pela Universidade Federal do Oeste do Pará. Pós-graduada em Consultoria e Licenciamento Ambiental. Servidora pública efetiva na prefeitura municipal de Terra Santa, Pará.

Lucieta Guerreiro Martorano , Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Graduação em Meteorologia (UFPA/1982) e Agronomia (UFRA-antiga FCAP/1987). Mestrado em Agrometeorologia (ESALQ/USP/1998) e doutorado em Fitotecnia/Agrometeorologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/2007). Foi pesquisadora da Embrapa Solos/RJ entre fevereiro de 1990 a dezembro de 2008, atuando em dois mandatos como Membro do Comitê Técnico Interno (CTI), bem como em projetos de pesquisa em âmbito nacional e internacional. Colaborou na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) de 2007 a 2008, ministrando aulas e participando em coorientações no mestrado em Geomática. Foi membro do Comitê de Organização do Congresso Brasileiro de Ciência do Solo em 2008. Em 2009 foi transferida para Belém para trabalhar como pesquisadora na Embrapa Amazônia Oriental, onde permaneceu até junho de 2016, sendo transferida para Santarém para compor a equipe de pesquisadores do NAPT Médio Amazonas. Em outubro de 2021 foi designada por portaria para assumir a função de supervisora do NAPT-MA. Entre os compromissos assumidos na Amazônia vale destacar a liderança de projetos e participação com líder de planos de ação e atividades (ROBIN/BR, PECUS/PC7; MAPCAST, AgroMet ABC, Projeto IrrigaPote, entre outros), tanto em nível nacional quanto internacional. Foi professora permanente no Curso de Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade do Estado do Pará PPGCA-UEPA em Belém. Atualmente, integra o quadro de professora permanente do Curso de Doutorado da Rede BIONORTE e PPGSND da UFOPA. Tem colaborado como co-orientadora em programas de pós-graduação na ESALQ/USP, UFAM/Manaus e UNESP/Jaboticabal. Colabora como revisora em periódicos indexados em nível nacional e internacional. É consultora "ad hoc" em projetos de pesquisa na Embrapa e CNPq e em bancas de concursos públicos. Tem participado em bancas de mestrado, doutorado, trabalhos de conclusão de curso e salão de iniciação científica. Tem participado também como palestrante em diferentes eventos científicos. Em edital da CAPES/CNPq e Ciências sem Fronteira aprovou bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, onde desenvolveu projetos em parceria em diferentes áreas do conhecimento científico. É presidente do Conselho Curador da FIAM/UFOPA e membro do conselho deliberativo da Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET). Integra a Rede ODS; Embrapa na coordenação do GT Master Sênior. Orienta alunos de iniciação científica/bolsistas PIBIC/CNPq/Embrapa e colabora na orientação de alunos em estágio obrigatório. https://orcid.org/0000-0003-3893-3781 (http://lattes.cnpq.br/9712490260615310)

Leônidas Luiz Volcato Descovi Filho Descovi Filho, UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

Professor e permacultor, graduado e doutor em geografia. Atua nos cursos de geologia e interdisciplinar em Ciências da Terra/IEG/Ufopa, e credenciado no Programa de Pós-graduação Interdisciplinar Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida/PPGSAQ/CFI/Ufopa onde orienta pesquisas em comunidades ribeirinhas e de terra firme. Desenvolve o curso de especialização em permacultura junto com a Rede NEPerma Brasil e coordena o projeto de extensão: Permacultura e geotecnologias livres (perma-geotec livres): apoio e popularização. Apresenta experiência nas áreas de geociências, geografia, ciências ambientais, recursos hídricos e permacultura.

François Laurent, Le Mans Université, França

Professor de geografia, possui graduação em geologia - université de Lyon 1 (1990), mestrado em geografia - université de Saint-Etienne (1992) e doutorado em Hidrologia et Hidrogeologia quantitativas - Ecole Nationale Supérieure des Mines de Paris (1996) e HDR, Habilitation à Diriger des Recherches (2012). Atualmente é Professor em geografia (Professeur des Universités), na Le Mans Université (ex-université du Maine), França, e diretor do laboratório ESO Le Mans. Pesquisa nas áreas seguintes: 1/ Relações entre agricultura e meio ambiente na escala do território; 2/ Gestão integrada dos recursos hídricos; 3/ Modelização hidrologica na escala de bacias hídrograficas (impactos da agricultura sobre o escoamento e sobre a qualidade). Espaços de analise atuais: Amazonia Brasileira, Pampa Brasileira e França

Irene Cibelle Gonçalves Sampaio, Instituto Federal do Pará

Possui graduação em Licenciatura Plena Em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (2004), tendo realizando iniciação científica em colaboração com North Caroline University no Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera (LBA). Concluiu o mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Pará (2009), integrando o Projeto Tipitamba/EMBRAPA. Possui experiência como docente na Universidade do Vale do Acaraú e Universidade Federal do Amazonas. Também possui experiência como Tutora da Educação a Distância no consórcio Setentrional UFAM e UFG. Doutora em Ciências pelo Programa Sociedade Natureza e Desenvolvimento da UFOPA, realizando parte do doutoramento no Woods Hole Research Center (WHRC). Atuou como fiscal ambiental do município de Terra Santa/PA. Atualmente é docente no Instituto Federal do Pará (IFPA) campus Itaituba.

Publicado
2023-10-25
Como Citar
Carvalho Silva Rocha, S. L., Martorano , L. G., Descovi Filho, L. L. V. D. F., Laurent, F., & Sampaio, I. C. G. (2023). Estimativa da erosividade das chuvas na zona rural do município de Rurópolis, Pará. Ciência E Sustentabilidade, 7(01), 215-239. https://doi.org/10.56837/ces.v7i01.997