Uma análise do senso de simpatia Darwinista durante a Pandemia Covid-19 à Luz da Teoria da Evolução Cultural
Resumen
Este artigo investiga como mecanismos evolutivos, tais como formulados por Darwin, podem explicar a sobrevivência e cooperação humana e, ademais, podem também explicar a disseminação de comportamentos culturalmente influenciados que resultam em consequências negativas, como doenças mentais, especialmente em sociedades onde o egoísmo é predominante. Assim, nosso objetivo é demonstrar a interação entre a evolução cultural e a seleção natural, de modo que se evidencie que ela impacta não apenas a adaptação biológica, mas também comportamentos sociais, como o altruísmo e o egoísmo. Tais comportamentos são especialmente catalisados e expostos por situações extremas como a pandemia da COVID-19. Para alcançar este objetivo, argumentamos em favor da relação entre seleção natural e valores culturais e morais, como altruísmo e egoísmo, mostrando que sociedades cooperativas tendem a ter vantagens competitivas sobre sociedades egoístas. Concluímos o texto argumentando que a pandemia evidenciou conflitos entre valores sociais e científicos, de modo a afetar a evolução cultural e biológica de uma população. Portanto, em longo prazo, sociedades baseadas no egoísmo, são desvantajosas em termos de adaptação, promovendo graves doenças mentais.
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