João Escoto Erígena, Periphyseon ou A divisão da natureza; tradução inédita e notas P. Calixto, a partir dos excertos da edição latina de Edouard Jeauneau, Turnholt, Brepols, 1996.
Resumo
O objetivo que o autor persegue nesta obra é a apreensão e a explicação das diferentes modalidades da natureza, bem como as suas interdependências respectivas. Para isso, ele desenvolve um sistema filosófico original, fundamentado sobre a tríade neoplatônica: imanência, processão e retorno. A natureza, enquanto conceito universal englobando Deus e a criatura, é concebida a partir de um duplo movimento: de saída, o mundo é auto-manifestação de Deus; de retorno, o processo criacional tende a reunificação de todas as coisas em Deus. A noção de nada exerce uma função essencial nessa perspectiva, pois os primeiros exercícios dialéticos do Periphyseon, essenciais ao sistema filosófico erigeniano, estabelece como divisão fundadora da natureza ou Physis (o conceito de maxima extensio), a divisão que intervém entre o ser e o não-ser.
Referências
KOFMAN, S. Comment s’en sortir? Paris: Galilée, 1983.
SEVERO, M. Formas de ler os nomes do impossível. In: Jornal Literário Pernambuco, nº187, setembro de 2021. Cepe Editora.
STEPHAN, Cassiana. Amor pelo avesso: de Afrodite a Medusa. Estética da existência entre antigos e contemporâneos. Curitiba: Kotter Editorial, 2021.
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