GEOPOLÍTICA SINO-BRASILEIRA: ACORDOS BILATERAIS, TROCAS COMERCIAIS ASSIMÉTRICAS E REPRIMARIZAÇÃO NO BRASIL PÓS-CRISE (2008-2024)
Resumo
Da análise das relações internacionais Brasil-China, sobretudo a partir do período pós crise de 2008 – quando ocorre um estreitamento das relações diplomáticas e o fortalecimento do comercio exterior sino-brasileiro – emerge o questionamento: “em que medida as relações bilaterais Brasil-China pós-crise de 2008 relacionam-se à reprimarização econômica brasileira e a construção de um arcabouço institucional de trocas assimétricas?” Para responder essa pergunta, o trabalho analisa o Plano de Ação Conjunta (2010-2014), o Plano de Ação conjunta (2015-2021), o Plano Decenal de Cooperação (2012-2021), o Plano Estratégico (2022-2031) e o Plano Executivo (2022-2026), enquanto documentos oficiais sobre as relações sino-brasileiras, bem como os dados estatísticos das trocas comerciais Brasil-China disponíveis na plataforma Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A hipótese é que as tessituras dos planos e trocas na balança comercial evidenciam um projeto de reprimarização do Brasil, representando uma cristalização de trocas comerciais assimétricas, em uma reciprocidade voltada às necessidades da “nova fábrica do mundo”. Como conclusão, a China se incorpora ao movimento político-econômico de expansão da reprimarização brasileira ao modificar a dinâmica das regiões produtivas brasileiras para seu abastecimento.
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