COMPORTAMENTOS PRÓ-AMBIENTAIS E CRISE CRISE ECOLÓGICA: A IMPORTÂNCIA DO INDIVÍDUO A PARTIR DE SUA ESCALA LOCAL
Resumo
Desde o início do movimento ambientalista, encontram-se políticas e práticas pedagógicas que incentivam a mudança comportamental individual, visando padrões mais condizentes com a conservação ambiental e com a melhoria da saúde coletiva. No entanto, muitas dessas práticas mostraram-se pouco eficazes, espacialmente restritas, ecologicamente desconexas com outros problemas relacionados e sociopoliticamente alienadas, sendo, consequentemente, alvo de contundentes censuras, sobretudo pela crescente vertente crítica da educação ambiental. Mesmo assim, ainda proliferam as estratégias de mudança comportamental pela via pedagógica, seja nas empresas, na vida cotidiana ou no meio acadêmico. O presente artigo é uma revisão teórica que objetiva analisar a relevância dos comportamentos individuais na construção de uma sociedade ecologicamente mais saudável e equitativa. Procura identificar os limites e as potencialidades da participação individual nos problemas ambientais, considerando suas devidas escalas espaço-temporais. O foco conceitual é o comportamento pró-ambiental, analisando casos concretos que mostram a relevância dos comportamentos individuais, apesar de estar longe de ser uma alternativa redentora e exclusiva para a resolução dos problemas ambientais. Conclui-se que esses comportamentos devem ser encarados como um meio para a construção de ambientes ecologicamente mais saudáveis, assumindo maior relevância quanto mais se transformarem em hábitos, abarcarem a conscientização e a prática de outros indivíduos, ocorrerem com planejamento e considerarem a complexidade dos problemas ambientais nas mais diversas esferas de atuação humana.Referências
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