Um corpo que fala
o protagonismo das Mulheres Negras na Capoeira Angola
Resumo
Com este trabalho tenho por intuito compreender a presença dos corpos negros e femininos nas rodas de capoeira angola e a possibilidade de atuarem como dispositivo comunicativo possibilitando a continuidade dos valores e da cultura africana. Nessa escrita apresento o corpo como um meio de comunicação que ao narrar histórias estabelece uma relação direta com valores africanos, ressignificando as identidades negras dilaceradas pelo racismo. A capoeira como prática africana, deve, portanto ser vivenciada considerando o protagonismo epistemológico e corpóreo de negros e negras o que implica em rever determinadas ações e posicionamentos de cunho social, também presentes e adotados na prática da capoeira como: racismo, sexismo, LGBTfobia e Transfobia. Como procedimento metodológico proponho a abordagem qualitativa do tipo pesquisa participante, o público estudado será composto por Mulheres Negras autodeclaradas que estão inseridas em grupos ou coletivos de capoeira angola localizados nas cinco regiões do país: Norte, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A técnica de coleta será composta por entrevista associada à pesquisa participante. O corpus textual discute questões que perpassam as múltiplas vivências das Mulheres Negras: protagonismo negro feminino, valores civilizatórios africanos, afroperspectiva na cultura e identidade africana e a Teoria do Corpomídia no contexto comunicacional.
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