RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E NATUREZA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CRISE SOCIOAMBIENTAL

  • Inocélio Ussivane Universidade de Brasília
  • Tomás de Azevedo Júlio Universidade de Brasília

Resumo

O presente ensaio aborda a questão das mudanças na relação entre o homem e a natureza, tendo como eixo as grandes mudanças socioambientais. Pretendemos partir das origens do homem na terra, analisar sua íntima relação como o meio natural através de uma comparação entre diferentes mementos históricos. A nossa hipótese é de que a crise socioambiental emerge da acção humana ou mesmo da sua consciência, pois, a sociedade contemporânea é marcada pela exploração desenfreada de recursos naturais. O sistema capitalista que caracterizou a sociedade a partir dos anos 60, se desenvolveu sobre a racionalidade moderna e constitui um motor de desigualdades sociais e da depredação dos ecossistemas em todo o planeta. Para tal análise, adotamos o ensaio teórico como metodologia de pesquisa, de crivo crítico, alicerçado na expropriação. Assim este ensaio sugere mudanças em nosso comportamento político-social (ecocidadania), que aponta para uma nova relação entre o homem e a natureza. Uma relação baseada no conhecimento a que chamamos de ecosofia. Por conseguinte, tanto a ecocidadania e a ecosofia, configuram-se em caminhos para sustentabilidade ambiental assentes em fundamentos da ética ambiental, orientados à conservação e proteção da natureza. Portanto, essas duas dimensões têm um potencial de contribuir para o desenvolvimento sustentável, num contexto de uma crescente e complexa crise ecológica global.

Referências

ALBUQUERQUE, Bruno Pinto de. As relações entre o Homem e a natureza e a crise Sócio-ambiental. 2007. 96 f. - Fundação Oswaldo Cruz, [s. l.], 2007. Disponível em: https://www.epsjv.fiocruz.br/upload/monografia/13.pdf.
BOFF, Leonardo. Ecologia: grito da terra, grito dos pobres: Dignidade e direitos da mãe terra. [S. l.: s. n.], 1997.
BRAUNGART, Michael; MCDONOUGH. Cradle to Cradle : Remaking the Way We Make Things. Firsted. New York: [s. n.], 2002.
CALLICOTT, J. Baird. Thinking Like a Planet: The Land Ethic and the Earth Ethic. [S. l.: s. n.], 2006.
CARSON, Rachel. Silent Spring. Firsted. New York: [s. n.], 1962. E-book. Disponível em: https://www.fao.org/fileadmin/templates/library/pdf/Silent_spring.pdf.
CIDREIRA-NETO, Ivo Raposo Gonçalves; RODRIGUES, Gilberto Gonçalves. Relação Homem-natureza e os limites para o Desenvolvimento Sustentável. Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais, [s. l.], v. 6, p. 142–156, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistamseu.
CONNET, Paul. Solución Residuo Cero. Kaicroned. Castellón: [s. n.], 2016.
EHRLICH, Paul R. The population bomb. Firsted. New York: [s. n.], 1968. E-book. Disponível em: http://pinguet.free.fr/ehrlich68.pdf.
EPDATA. Emisiones de CO2 y gases de efecto invernadero. [S. l.], 2023. Disponível em: https://www.epdata.es/datos/cambio-climatico-datos-graficos/447. Acesso em: 11 mar. 2024.
FERNANDES, Daniela. OCDE: Emissões devem aumentar 50% até 2050. [S. l.], 2011. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/11/111124_emissoes_df_rc. Acesso em: 11 mar. 2024.
GE, Mengpin; FRIEDRICH, Johannes; VIGNA, Leandro. Cuatro gráficos que explican las emisiones de gases de efecto invernadero por país y por sector. [S. l.], 2021. Disponível em: https://es.wri.org/insights/cuatro-graficos-que-explican-las-emisiones-de-gases-de-efecto-invernadero-por-pais-y-por. Acesso em: 11 mar. 2024.
GEORGESCU, Roegen. Selecciones de mitos de la economía y la energía. Southern Economic Journal, [s. l.], v. 3, 1975.
HADDAD, Fernando. Trabalho e linguagem (para a redialetização do metabolismo). Lua nova-revista de cultura e política, [s. l.], 1999.
HARDIN, Garrett. The Tragedy of the Commons. American Association for the Advancement of Science, [s. l.], v. 162, p. 1243–1248, 1968. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/1724745.
IPCC. Climate Change 2001: Impact, Adaptation and Vulnerability. Madrid: [s. n.], 2001.
IPCC. Climate Change 2014: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. [S. l.: s. n.], 2014.
IPCC. Climate Change 2021 The Physical Science Basis. [S. l.: s. n.], 2021.
MACARTHUR, Ellen; FOUNDATION. TOWARDS A CIRCULAR ECONOMY: BUSINESS RATIONALE FOR AN ACCELERATED TRANSITION. [S. l.: s. n.], 2015. Disponível em: https://emf.thirdlight.com/link/ip2fh05h21it-6nvypm/@/preview/1?o. .
MARTINE, George; ALVES, José Eustáquio Diniz. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema da sustentabilidade?. Revista Brasileira de Estudos de População, [s. l.], v. 32, p. 433–460, 2015.
MEADOWS, D. H. et al. The Limits to growth: A report for the Club of Rome’s project on the predicament of mankind. New York: [s. n.], 1972. Disponível em: https://www.donellameadows.org/wp-content/userfiles/Limits-to-Growth-digital-scan-version.pdf. .
NACIONES UNIDAS. World Urbanization Prospects. New York: [s. n.], 2019. Disponível em: https://population.un.org/wup/Publications/Files/WUP2018-Report.pdf. .
NASH, Roderick Frasier. The Rights of Nature: A History of Environmental Ethics. [S. l.: s. n.], 1989.
NGOENHA, Severino Elias. O Retorno do Bom selvagem: uma perspectiva filosófica Africana do problema ecológico. [S. l.: s. n.], 1994.
PANIKER, Raimundo. Ecosofia. para una espiritualidad de la tierra. [S. l.: s. n.], 1994.
RITTEL, Horst W. J.; WEBBER, Melvin M. Dilemmas in a General Theory of Planning. Policy Sciences, [s. l.], v. 4, p. 155–169, 1973. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/BF01405730.
ROLSTON, Holmes. Environmental Ethics: Duties to and Values in the Natural World. Philadelphia: [s. n.], 1988.
SANTO PADRE FRANCISCO. Carta Encíclica Laudato Si: Sobre o Cuidado da Casa Comum. [S. l.], 2015. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html. Acesso em: 11 mar. 2024.
SASS, Liz Beatriz. Direito e Natureza - (Re) Construindo Vínculos a partir de uma Ecocidadania. [S. l.: s. n.], 2008.
T., Parrique et al. Decoupling debunked: Evidence and arguments against green growth as a sole strategy for sustainability. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: The European Environmental Bureau %0Awww.eeb.org. .
UNDRR. Tendencias y estadísticas. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://www.undrr.org/sites/default/files/inline-files/7-Tendencias y estadísticas_2.pdf. .
WARD, James D. et al. Is Decoupling GDP Growth from Environmental Impact Possible?. PLoS ONE, [s. l.], v. 11, p. 14, 2016.
WIENKE, Felipe Franz; BERNARDES, Isabela Peixer Galm. Decrescimento Econômico como Alternativa ao Risco Ecológico Global. Scielo Brasil, [s. l.], v. 20, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vd/a/jJHprvTmj5MZZbyYrkgx7wm/#.
WORLD BANK. Population, Total. [S. l.], 2020. Disponível em: https://data.worldbank.org/indicator/SP.POP.TOTL. .
WORLD ENERGY COUNCIL. World Energy Scenarios. [S. l.: s. n.], 2017. Disponível em: https://www.worldenergy.org/assets/downloads/LAC-Scenarios_Full-Report_FINAL.pdf. .
Publicado
2024-09-14
Como Citar
Ussivane, I., & Júlio, T. de A. (2024). RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E NATUREZA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CRISE SOCIOAMBIENTAL . Ciência E Sustentabilidade, 8(1), 70-82. https://doi.org/10.56837/ces.v8i1.1227