Caminhos (in)sustentáveis A rota de caminhada e peregrinação Passos dos Jesuítas-Anchieta, em São Paulo
Abstract
Nesse artigo aliamos perspectivas da história ambiental, do turismo, da gestão pública para analisar as práticas turísticas na rota de caminhada e peregrinação Passos dos Jesuítas-Anchieta, no litoral do Estado de São Paulo, Brasil. Criada em 2011, é uma rota pedestre com 370 quilômetros, entre as cidades de Peruíbe e Ubatuba. A despeito dos discursos oficiais afirmarem que o produto turístico Passos dos Jesuítas-Anchieta é um programa de turismo sustentável, a não participação das comunidades locais na idealização e manutenção do produto comprometem essa pretensa sustentabilidade. Além disso, ao aderir uma visão tradicional de patrimônio, esse produto entrega um passado esvaziado de conflitos. Se há pouco espaços para as dúvidas acerca de sua sustentabilidade, porque modelos como esses continuam sendo adotados pelo poder público? Diante da perplexidade de algumas opções acerca do turismo, nesse texto, optamos por analisar o caso específico dos Passos dos Jesuítas-Anchieta para expandir a reflexão para um quadro mais geral. Esperamos, dessa forma, contribuir ativamente para os debates, acerca do Turismo Sustentável e Desenvolvimento, que não se iniciam ou se enceram em 2017.
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