Mediação oral da informação e da leitura
no sofá da sala com três Paulos
Resumo
Aproximar a Biblioteconomia das discussões que envolvam a mediação oral em diferentes ambientes, contribui para que as práticas dos bibliotecários sejam aprimoradas e, possivelmente, venham repercutir na construção de acervos plurais nos diferentes gêneros de unidades de informação. Além disso, poderá também alertar os mediadores quanto a sua responsabilidade social. Há, nos últimos anos, por parte do Grupo de Pesquisa Interfaces: Informação e Conhecimento um empenho constante em defender que os documentos escritos, sejam eles impressos ou digitais não devem ser a única forma de apropriação da informação, leitura e literatura. Nesse artigo, por meio de contributos de três Paulos, sendo eles: Otlet (1934, 2018), Freire (1983, 1987) e Zumthor (1997, 2001, 2005), colocou-se em evidência a oralidade como forma de apropriação da informação por todos os cidadãos, podendo ser exercida pelo mediador e também pelo mediando na relação dialógica. Como procedimento metodológico utilizou-se a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. Conclui-se que a informação comunicada por meio da voz, torna a mediação um ato democrático e acolhedor pelos sujeitos não alfabetizados, pessoas com alguma deficiência ou ainda pela aprazibilidade de ler pelos ouvidos.
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